sexta-feira, fevereiro 20, 2004

Mil e uma coisas que se podem fazer numa igreja

Foi há já alguns dias que voltei definitivamente de Maastricht, e desde então não tenho falado aqui muito sobre isso. Hoje ficam mais algumas memórias.
A Holanda é um país maioritariamente protestante; durante a reforma protestante muitas igrejas católicas foram convertidas ou deixaram de ser usadas para o culto e além disso, o sentimento laico está muito mais desenvolvido, sendo possível ver coisas que cá em Portugal seriam impensáveis... Aqui ficam alguns exemplos de coisas que podem ser feitas em igrejas pela Holanda fora (quando digo igrejas refiro-me a edifícios que foram construídos com esse propósito, e que têm ainda todo o ar de serem locais de culto, pelo menos por fora.

Praticar o culto: como é lógico, há ainda espaços dedicados ao culto, católico ou protestante, sendo relativamente fácil distingui-las, uma vez que nas protestantes o púlpito encontra-se a meio da nave central e é o centro das atenções, estando os bancos todos virados para o mesmo (pelo menos nas que vi era assim)

Estacionar a bicicleta: em Maastricht, junto à Vrijtof (a praça principal) há um parque para bicicletas que é precisamente uma antiga igreja.

Visitar uma exposição: em Amsterdão a Niewe Kerke é hoje um local de exposições. Das suas antigas funções mantém apenas o órgão de tubos, que resistiu à fúria dos protestantes. Assim que se transpõe a porta lateral dá-se de caras com uma data de néons negros que marcam a entrada da zona de exposições, e é possível vislumbrar uma "esplanada" no meio da nave central.

Ir curtir um som e beber uns copos: Para o fim desta descrição fica o caso que mais me "chocou"... No centro de Maastricht, junto ao rio, há uma discoteca chamada Nightlive, que preenche os requisitos para figurar nesta listagem. Foi lá que passei a minha última noite em Maastricht, uma vez que havia lá uma festa. Entra-se de lado e dá-se de caras com um espaço amplo e pintado de branco, com um enorme crucifixo metálico adornado com luzinhas pendurado no meio da nave central e algumas imagens de santos a uma altura de cerca de 3 ou 4 metros de altura nas paredes de lado, com uns focos a iluminá-las. Ao fundo do altar-mor, encostado à parede é um dos bares. A mesa do DJ fica ao fundo da igreja.

Estranho...

segunda-feira, fevereiro 16, 2004

De volta

Aos poucos a semana passada foi decorrendo, sem grandes percalços.
Dei umas voltitas por Leiria, estive com alguns amigos, e na sexta-feira vim a Lisboa trazer as minhas coisas para casa.
O fim de semana foi uma espécie de regresso oficial ao escutismo, uma vez que estive a participar no dia de B.P.; uma actividade regional onde comemoramos o dia do fundador do esc(o)tismo, Baden Powell. Deu para rever algumas caras conhecidas, e começar (devagarinho) a conhecer a nova geração de caminheiros (ou "projectos de caminheiro), que este ano passaram para a IV secção. Quanto à actividade propriamente dita, estive a dar um atelier de malabarismo e participei na animação de rua como cuspidor de fogo. Foi pena que assim que acabou tive de me ir logo embora para vir para Lisboa; é verdadeiramente o regresso da rotina dos fins de semana...

quinta-feira, fevereiro 12, 2004

Ontem fui a Lisboa!
Tinha de me ir lá matricular (é verdade, um gajo sem se aperceber vai entrando na rotina do dia a dia...)
Como o meu número de ordem era o 243 e de manhã era suposto ir até ao 400 e tal, achei melhor ir cedinho, para não perder a vez... Assim, levantei-me cedo para burro e apanhei o autocarro das 7h15m. Já tinha saudades de chegar à bilheteira e pedir o habitual "bilhete para Lisboa com cartão jovem por favor". Acho que nem era preciso dizer que fui o caminho todo a dormir, mas há malta que não conhece a "seca" de apanhar o expresso todas as semanas, por isso digo: Fui o caminho todo a dormir!!!
Cheguei lá ainda cedo, e tive de esperar uma imensidão de tempo, porque aquilo estava a andar um bocado devagar, mas não foi muito mau, poruqe sempre deu para matar saudades dos colegas.
Depois passei pela minha residência (o famoso CEOC) para tratar do quarto, e matar saudades dos meus amigos "ceoquianos".
À noite, já em Leiria, fui à Junta Regional do CNE par ir ajudar o Pedro na venda dos "passaportes" para o Acampamento Regional que vai haver no Verão.
Foi um dia engraçado

segunda-feira, fevereiro 09, 2004

A serra

Uma das vantagens de morar em Leiria é que a serra de Aire e Candeeiros fica aqui mesmo pertinho; assim como a praia.
Desde pequeno que a serra exerce em mim uma certa atracção, fruto dos muitos anos de escuteiro e das várias actividades que por lá fiz.
Hoje de manhã arranquei com o Gonçalo rumo aos olhos de água do Alviela, para lá irmos fazer um pequeno percurso pedestre. Tivemos de atravessar a serra praticamente toda para lá chegar, mas valeu a pena. O sítio é fantástico, e o percurso pedestre acompanha parte do percurso do Alviela e da Ribeira de Amiais, que se lhe junta mesmo à entrada da estação da EPAL, onde fazem a captação de parte da água que "rega" a cidade de Lisboa.
Foi uma manhã bem passada. Fica a vontade de lá voltar num dia de calor para tomar uma banhoca.

domingo, fevereiro 08, 2004

Este fim de semana voltei às andanças de escuteiro. Ontem passei pela sede à tarde e depois houve promessas e jantar de agrupamento do 127 (o meu irmão fez a Partida). Hoje de manhã fui jogar futebol com a malta... É bom estar de volta!!

quinta-feira, fevereiro 05, 2004

De volta

Estou de volta a casa.
Ontem acabou-se o Erasmus; e regresei à minha vida em Portugal, em Leiria, em Lisboa (só daqui a uma semana), e por esse país fora. Hoje fui escalar para o Reguengo do Fetal: foi bom rever os amigos do costume!

terça-feira, fevereiro 03, 2004

Untitled

Certamente todos se lembram dos programas de rádio de músicas pedidas, não? É até bem possível que algumas hoje em dia ainda tenham esse programa. Bem, hoje não trago até vós um programa de músicas pedidas (mas porque não um dia destes....), mas antes um “tema pedido”. Ontem falava no Messenger com o meu primo André, e ele sugeriu-me que, a propósito da minha despedida de Maastricht, falasse algo do “saudosismo – esse sentimento tão português”. E é isso mesmo que vou fazer...

Saudosismo – esse sentimento tão português

Pode-se (acho eu) dizer que o povo português é um tanto ou quanto saudosista. Primeiro que tudo porque alguns traços da cultura portuguesa são eminentemente saudosistas, como por exemplo o FADO. A sua tristeza, o seu descontentamento com a ordem das coisas, os lamentos, tornam o FADO, porque não, saudosista... Depois, há também um traço nos portugueses (que não sei explicar ou definir claramente, nem sei se é somente português), que eu identifico também como saudosista... É aquele sentimento que nos fica na alma quando temos saudades de alguém, de algum momento bom por que passámos. Agora que penso melhor, acho que não é de todo exclusivamente português esse sentimento!
Por outro lado, o povo português está sempre à espera que um D. Sebastião volte numa manhã de nevoeiro montado no seu cavalo branco; e acaba por se iludir por vezes numa espera infrutífera por um remédio milagroso para todos os males da sociedade que nunca chegará, em vez de se mexer, de tentar mudar as coisas, de lutar... Esse “sentar-se à espera de uma solução” é também, para mim, saudosista, mas não consigo explicar melhor.
Depois há também a questão linguística: os portugueses dizem que a palavra “saudade” é uma palavra exclusivamente portuguesa, e que mais nenhuma cultura sabe ou tenta exprimir esse sentimento. Bem, para mim isso é um tanto ou quanto petulante... De facto até hoje nunca encontrei nenhuma palavra que noutra língua tentasse exprimir exactamente o mesmo que a nossa “saudade”, mas segundo o Daniel, tal palavra existe em Alemão (como não o encontrei antes de fazer esta POSTA não sei qual é). É também verdade que, embora não com o mesmo significado literal, há palavras noutras línguas cujo significado se aproxima. Não dizem que “tenho saudades”, mas geralmente que “sinto falta de algo”; acho que é uma aproximação razoável.
Em jeito de súmula: acho que não é um sentimento EXCLUSIVAMENTE português, mas no entanto sinto que a “alma portuguesa” é, por definição, saudosista!
Agora passo ao porquê desta POSTA: embora tenha sido sugestão do André, porquê logo hoje? Para os leitores menos informados eu explico. Amanhã de manhã deixo Maastricht. Acaba-se o meu Erasmus e volto a Portugal. Será óptimo voltar a casa, e estar rodeado daqueles que amo e de que sinto falta, mas será também difícil deixar esta cidade de que gosto tanto, onde fiz imensos amigos, e onde passei tão bons momentos.

segunda-feira, fevereiro 02, 2004

Vota Bush!

Porque não? Vota Bush!!!!

Maastricht: cidade de sonhos e encantos... (6)

Tal como prometido, aqui ficam umas fotografias da cidade de Maastricht com neve.



domingo, fevereiro 01, 2004

Hoje

Ontem estava um vendaval impossível!
Saímos à noite para ir beber um copito e sentimo-lo bem; por vezes tínhamos de nos inclinar por causa do vento.
Hoje tudo parece mais calmo. O vento parece ter amainado (pelo menos visto da janela assim parece), e está sol... Dei uma espreitadela há pouco, quando me levantei, mas a persiana mantém-se fechada porque o Gonçalo ainda dorme.
Logo à tarde vamos a Valkenburg, uma pequena cidade aqui ao pé, participar numa actividade organizada pelos nossos amigos do ESN - lasergaming - uma espécie de paintball, mas em que os marcadores funcionam com lasers em vez de bolas de tinta.

Nota: ESN - Erasmus Student Network - é uma associação de alunos que recebem e organizam actividades para os "exchange students", entre os quais se incluem os alunos Erasmus.