sexta-feira, outubro 31, 2003

Sem Título

As aulas recomeçaram, depois de findos os exames. De acordo com o plano da cadeira, parece-me que Finanças vai dar bastante trabalho; mas ao menos as 2 cadeiras em que estou mariculado parecem interessantes...
Este fim de semana o resto dos Portugas foram a Berlim, mas eu, devido a restrições orçamentais, fiquei cá. Fica para uma próxima oportunidade!

quinta-feira, outubro 30, 2003

Dicionário de Língua Portuguesa (5)

Brindar sem beber – Acto que, derivando da própria definição, é ROTO. Como é que é possível para um indivíduo efectivar o nobre e valoroso acto de elevar o continente, e após não tragar o conteúdo? Brindar e Beber são dois actos que só têm sentido quando efectivados em conjunto; realizar um sem o outro retira-lhe o sentido.
Pois porque brindar sem beber representa, aos olhos desta comitiva, um total desrespeito pelos camaradas com quem se acabou de brindar. (Imagine o leitor que alguém dizia que era muito seu amigo, e que depois dizia que se estava a borrifar para si).
Por outro lado, Beber sem Brindar é um acto igualmente desprezível (se não mais ainda), devido àquilo que traz implícito em si.
Se o sujeito não brinda por não ter com quem brindar, pratica um acto de desrespeito para com os seus pares porque deveria convidar alguns compinchas para o beberete.
Por outro lado, se o sujeito está acompanhado mas a sua companhia não o acompanha na bebida, então o melhor é descartar-se da referida companhia, uma vez que o não beber é sinal de mau carácter (passa-se a similaridade com o provérbio “ De Espanha nem bom vento nem bom casamento”) (exclui-se, no entanto o caso de o elemento que acompanha o referido sujeito ser do sexo feminino e ter atributos de tal qualidade que nenhum qualquer homem resistiria a ficar roído de inveja ao ver o sujeito e o elemento que o acompanha – tais atributos são, por exemplo, um excelente par de pernas).
Finalmente, se o sujeito está acompanhado pelos seus compinchas de copos e não brinda com eles é porque não tem por eles a mínima consideração, uma vez que se recusa a efectuar com eles este acto representativo da união entre compinchas.
A sabedoria popular afirma ainda que praticar o acto acima descrito (de brindar sem beber) traz para o sujeito praticante consequências bastante desfavoráveis; no entanto não me debruçarei sobre esse facto, uma vez que este é um texto de rigor científico!

quarta-feira, outubro 29, 2003

Viagens...

Acho que toda a gente (ou quase toda) gosta de viajar. Eu não sou excepção. A verdade é que adoro viajar. E quanto mais viajo, mais me apetece continuar a descobrir sítios e coisas novas..
Ora, a que propósito vem esta história agora? Como tenho já dito/escrito várias vezes, estar no centro da Europa é uma oportunidade inigualável e irrepetível de conhecer parte do que me rodeia. E eu tenho aproveitado para isso mesmo, e estou a adorar...
A última “aventura” foi ir desde quinta-feira até domingo a Kandersteg, nos Alpes Suíços, com o Daniel. Adorei ter ido lá! Estava tudo branco, por causa da neve, e a paisagem impressionou-me verdadeiramente! Era umas das coisas que há já vários anos sonhava em fazer...
Já começo a tentar “magicar” programas para o Verão. É que será possivelmente o meu último Verão como estudante (ou seja, com mais de um mês de férias), e por isso mesmo, gostava de poder fazer algumas coisas que há vários anos moram aqui no “sótão”. Se não faltar o financiamento, vou aproveitar...

Não me canso de o repetir: Adorei a viagem que fiz este fim de semana a Kandersteg!

terça-feira, outubro 28, 2003

Celebração em Maastricht...

Já desde que aqui cheguei que tinha conhecimento da existência de uma celebração da Eucaristia, em Inglês, na Cripta da Igreja de Nossa Senhora, aos sábados à tarde. No entanto, uma vez que até à altura não tinha passado as tardes de sábado por aqui, só o fim de semana passado tive a oportunidade de participar na dita Eucaristia.
Contrariamente ao que eu esperava, grande parte da comunidade que participava na missa não eram universitários, mas gente que rondava a casa dos 30/40 anos (apesar de também se verem alguns universitários). As folhas distribuídas à entrada, com todo o cerimonial em Inglês, permitiram-me acompanhar mais de perto, e participar mais activamente na celebração. Apesar de ser bastante desejável alguma melhoria na escolha e participação nos cânticos, a celebração foi bastante animada e agradável, “culpa” do celebrante, e do seu entusiasmo e espírito jovial.
Fica a vontade de voltar...

segunda-feira, outubro 27, 2003

Dicionário de Língua Portuguesa (4)

Gingarelho – Mais conhecido por Ginga, este objecto é um meio de transporte e desloca-se sobre dois pedaços de metal de forma circular. Tem como força motriz o dispêndio de energia por parte de uma “besta”, que é aplicado sobre dois pedaços de metal dispostos sobre um eixo de rotação. Este, por sua vez, transfere a energia aplicada para os dois pedaços de metal referidos anteriormente.
O uso deste objecto é bastante vulgar nesta zona geográfica do planeta devido ao carácter bastante plano de grande parte da zona. Não obstante, a escassez de temperatura que se faz sentir por estas paragens, faz com que o uso deste objecto se torne por vezes bastante desconfortável, até doloroso, quando o frio rigoroso da manhã se faz sentir. O uso generalizado e, por vezes descuidado do referido objecto leva a que haja uma necessidade permanente de que o transeunte se acautele com a passagem destes veículos, especialmente porque o sistema de propulsão (a “besta”) não faz barulho.

domingo, outubro 26, 2003

De volta a "casa"...

Pois é, o passeio acabou hoje, e já estou de volta a Maastricht. Para quem esteja interessado em saber, correu muito bem, e gostei muito de ir a Kandersteg. Assim que tenha tempo para escrever conto mais detalhadamente como correu. Agora não quero contar demais, para não estragar o suspense!

quarta-feira, outubro 22, 2003

Viagens...

Amanhã depois do exame vou para Kandersteg, na Suíça, por isso só voltarei a actualizar o Blog quando voltar.
Entretanto fica a parte 3 do Dicionário de Língua Portuguesa...

Dicionário de Língua Portuguesa (3)

I am that I can’t – Embora a autoria desta expressão não seja, infelizmente, de nenhum dos membros desta comitiva, a importância extrema da referida expressão (ou da sua forma original “Ai que estou que nem posso”) no português corrente leva a que seja vital a sua introdução neste texto. Assim, a expressão “I am that I can’t” deve empregar-se para exprimir a situação em que o indivíduo emissor se encontra em estado tal que lhe parece que está rodeado por milhões de miúdas giras, embora esteja só rodeado por algumas centenas... A origem deste fenómeno é, não raras vezes, explicada pelo mais comum dos mortais pela ingestão de líquidos originários da fermentação da cevada. No entanto, o autor rejeita totalmente esta explicação, mas não foi ainda capaz de conseguir uma verdadeira explicação científica, pelo que o fenómeno se encontra ainda “inexplicado”.
A expressão tem ainda outros usos possíveis: exprime o estado de exaustão física e psíquica extrema (devida ao esforço despendido a estudar, claro); e exprime ainda a passagem de um elemento do sexo feminino de atributos de alta qualidade no raio de alcance da visão do sujeito falante.

terça-feira, outubro 21, 2003

A Juventude... parte 2

Fico feliz por ver que estas “Palavras sem Sentido” começam a despertar alguma discussão...
Por isso gostaria, em primeiro lugar, de agradecer a todos os que fizeram comentários aos meus Posts. O vosso contributo é para mim bastante importante.
Agora cabe-me a mim o direito de resposta.
Primeiro ao André (Olá André): não sou, de modo algum contra os jovens se envolverem na vida política do seu país, antes pelo contrário. Acho é que uma Associação de Estudantes não deve ter qualquer tipo de filiação ou vínculo partidário. A Associação não é eleita com base nas suas opções políticas, mas sim naquilo que acha que pode fazer pelos estudantes da sua Universidade, e acho que o caminho passa bem longe da partidarização desse órgão.
Agora respondo ao Luís: não sou contra o espírito de irreverência da Juventude. O facto de ver as coisas uma opinião mais crítica, questionando-se pelo porquê das coisas joga, na minha opinião, a favor, e não contra a juventude. No entanto, acho que há muitas maneiras de fazer as coisas, e em algumas ocasiões acaba-se por cair em excessos, com a justificação de que essa irreverência tudo desculpa. Acho também que por vezes se cai na onda de estar contra tudo o que é dado como adquirido, não porque se veja isso como mau, mas apenas porque se é “revolucionário” (sem querer falar mal dos revolucionários), e se quer “ser diferente”. E é aí que as pessoas se esquecem de usar o cérebro...

Dicionário de Língua Portuguesa (2)

Ai eu! Ai eu! – Interjeição utilizada com o intuito de descrever sumariamente o carácter de um determinado indivíduo (normalmente do sexo masculino). Tal descrição é conseguida devido a algumas características comuns ao grupo indivíduos descrito pela dita interjeição.

Cabelo curto – Característica física de alguns indivíduos desta sociedade, altamente evidenciadora do comportamento do referido indivíduo. (Note-se que este comportamento não é tido de modo algum como negativo por parte dos membros desta comitiva).

Está nos livros – Interjeição usada para, sob a forma de uma metáfora, indicar que determinado comportamento ou acção por parte de um sujeito é vista como altamente desejada pelos camaradas desse sujeito, sendo o seu não cumprimento altamente destrutivo para as relações sociais estabelecidas entre os indivíduos do grupo.

Botas da Tropa – Não tire o leitor a conclusão precipitada de que os membros desta comitiva têm o hábito, altamente “suspeito”, de usar o referido item ou qualquer seu similar... Este conjunto de vocábulos serve para a elaboração de comparações, sobre a forma de metáfora, para com outros indivíduos que tenham alguma característica em comum com o referido item.

Salsichame – Petisco sobre o qual já o autor se referiu neste Blogue; no entanto, nunca é de mais referenciar as qualidades do referido petisco. Alimento (muito mais que um alimento) cilíndrico, mas dobrado de tal forma que as extremidades se juntam, formando uma espécie de elipse. É, por definição, suculento, qualificado como uma espécie de “manjar dos deuses”, e é geralmente consumido com o acompanhamento de alguma bebida à base de cevada.

Dicionário de Língua Portuguesa

Devido fértil imaginação dos TUGAS, tem proliferado nos últimos tempos a criação de novos vocábulos, naquela que é uma evolução sem precedentes da Língua Portuguesa. Para que este contributo não se perca, decidi reuni-los numa espécie de dicionário e publicá-lo online, para que fique disponível para quem o desejar. No entanto, peço desde já desculpa aos leitores que, devido à sua descontextualização, não forem capazes de compreender as explicações em toda a sua extensão.

Ao longo dos próximos dias irei completando este “dicionário” com novas palavras e significados.

Fresquinho – este vocábulo, por sua vez, apresenta uma multiplicidade de sentidos: é a denominação de um dos elementos da comitiva TUGA em Maastricht, tal é o seu apego ao referido vocábulo (é, digamos, um nome próprio alternativo). Se utilizado depois do verbo SER, o vocábulo define um objecto ou indivíduo como sendo de “carácter duvidoso”. O vocábulo é também utilizado como nome próprio de um dos objectos mais estimados pelos membros do sexo masculino da comitiva.

5 quilos e meio – Ora esta expressão é, em similaridade ao vocábulo “Fresquinho”, a denominação (ou “nome de guerra”) adoptada por um dos membros da nossa comitiva.
Note-se que, apesar do grande porte deste indivíduo (que lhe valeu o referido “nome de guerra”), o sujeito não conseguiu até à data derrotar o autor deste texto numa guerra de almofadas, nem tal infâmia está prevista em qualquer baralho de Tarot. No entanto, aceitam-se apostas para um eventual desafio futuro, se bem que acho que o estimado leitor não quereria perder o seu dinheiro ao apostar contra o autor.

domingo, outubro 19, 2003

Nostalgia...

Por vezes, por uma qualquer razão, vêm-me à memória recordações que tenho guardadas cá dentro, de momentos que gostava que se prolongassem para sempre...
Fico com um sentimento de nostalgia, por vezes de tal forma intenso, que fico eufórico, ou num estado de melancolia profunda...
Aconteceu-me quando cheguei aqui a Maastricht, uma vez que apenas uma semana antes tinha acabado uma actividade escutista que foi para mim marcante. Era fim de semana, e eu e o Gonçalo não conhecíamos ninguém aqui, não tínhamos com quem falar, nem qualquer tipo de coisa para matar tempo. É muitas vezes neste tipo de ocasiões que fico assim; muito melancólico, triste, cabisbaixo... Curiosamente, anteontem, um dos amigos que fiz nessa actividade, adicionou-me ao Messenger, e estivemos um pouco à conversa. É claro que fiquei logo com uma saudade imensa das pessoas com quem estive durante a dita actividade, e deu-me uma vontade imensa de voltar atrás com o tempo, e depois pará-lo, para que aqueles momentos que aqui estão gravados se prolongassem indefinidamente.
Nunca vos aconteceu?

Parabéns

Não poderia deixar passar este fim de semana sem congratular o Papa João Paulo II pelos seus 25 anos de pontificado, completados ontem. Em nome de um povo agradecido por tudo o que tem feito pela Humanidade, muitos PARABÉNS.
Não posso também deixar de dar aqui relevância à Beatificação da Madre Teresa de Calcutá, feita hoje pelo Papa, em Roma. (Já agora, fica o reparo que a dita Beata é Padroeira do meu clã)

A Juventude...

A “Juventude” é conhecida pela sua irreverência, pela sua maneira de estar na vida, pelo seu desapego às regras que lhes são impostas por uma sociedade que não é aquela que sonham para si.
É pelo menos assim que são descritos os jovens de hoje em dia. No entanto, não é raro ver que esta “Juventude” se esquece de usar o cérebro, e em nome dessa “irreverência”, dessa insatisfação que proclamam, e da sua não aceitação das regras do jogo acabam por fazer as asneiras mais estúpidas imagináveis.
Ora, quando falamos de Jovens, somos quase obrigados a pensar na população estudante, uma vez que grande parte da juventude tem essa “profissão”.
É também neste grupo que acabamos por ver situações que eu chamo, no mínimo, de caricatas. É ver os estudantes a invadir o senado das Universidades, a mostrar o dito cujo (rabo) a quem o queira ver, nas manifestações, a chamar todo o tipo de nomes possíveis e imaginários aos ministros e políticos em geral... No entanto, aquela que eu considero a “piéce de resistance”, ocorreu à pouco tempo atrás, quando o Presidente da Associação Académica de Coimbra disse publicamente que se recusava a reunir-se com a nova ministra que tutela o Ensino Público, em substituição de Pedro Lynce. Ora, se ele tem reclamações e quer alterar a situação das coisas deveria fazer exactamente o contrário, não? Ou é daqueles que defende que “Ou é como eu quero, ou é como eu quero!”
Já agora, alguém me consegue explicar porque é que tantas Associações de Estudantes têm filiação política (grande parte das vezes de esquerda)?

sexta-feira, outubro 17, 2003

Ainda acerca da reforma do Ensino Superior...

Propinas...
Tema que tem preenchido muitas páginas de jornal e preenchido muitas mentes. O Governo acha que as propinas devem aumentar, sendo o seu valor fixado pelas faculdades, dentro de um intervalo. As faculdades têm, na sua maioria, optado por fixar o valor máximo permitido por lei. Os alunos acham mal, e defendem que as propinas deveriam diminuir, e não aumentar.
É certo que cada aluno que faça uma licenciatura cria uma externalidade positiva para a sociedade. (uma vez que a sociedade tem um benefício pelo facto de esse indivíduo fazer a licenciatura que este não conseguirá captar ao nível privado) Por isso, o valor das propinas deverá ser inferior ao seu custo efectivo, corrigindo assim o incentivo e passando a externalidade a fazer parte do benefício do indivíduo, através de um custo inferior. É também verdade que a promoção generalizada do ensino é uma forma de reduzir a desigualdade social, por criar uma oportunidade de ascensão social e económica.
No entanto, também é verdade que sem ovos não se fazem omeletes, ou seja, sem dinheiro não pode haver um ensino superior de qualidade (que por acaso faz muita falta no nosso país), e que os recursos do Estado são limitados.
Se formos a fazer contas, cerca de 70 contos por ano, o valor antigo da propina, não é assim tanto. É difícil de pagar para algumas famílias, mas é para isso é que existem as bolsas de estudo.
Por isso é que eu sou a favor do aumento das propinas. Caramba, não é assim tanto! E quem vai beneficiar do curso é quem o tira, não é? Então deve pagá-lo! (não na totalidade, mas mesmo assim na maioria, não se esqueça a externalidade)
Agora no que toca a como pagá-lo, isso é outra coisa... Há muita gente a receber bolsa a quem não faz a mínima falta... Há que criar justiça!
Além disso, há algumas ideias muito interessantes que podem facilitar a vida à malta...
(Consultem este artigo)

quinta-feira, outubro 16, 2003

PARTY TIME

Quando se fala de Erasmus, uma coisa paira logo na mente da maioria das pessoas: FESTAS!!!
Pois bem, para não fugir à regra, em Maastricht vamos tendo a nossa quota parte...
A terça-feira é sem dúvida alguma a noite mais frequentada, onde grande parte dos Erasmus fazem as suas jantaradas e festas e aproveitam para sair à noite (para além do fim de semana, claro). É também a noite da International Drink, organizada pelo Erasmus Student Network, no bar Twee Heeren, onde bastantes Erasmus se encontram para beber uma cerveja e dançar.
Há quem diga que na Guest House há, algures, uma festa todos os dias...Bem, se há todos os dias não sei, mas que há grande parte deles, isso é verdade. Quanto a nós, vamos dando o nosso contributo para que o ditado seja verdade; já tivemos 3 aniversariantes, e alguns jantares festivos...
Há que manter a malta animada!

Portugal É o Terceiro País Mais Corrupto da UE

O mais recente relatório da organização Transparency International, que analisa a percepção da corrupção em 133 países de todo o mundo, coloca Portugal no final da tabela, sendo o 25º país menos corrupto da lista. No entanto, isolada a União Europeia do resto do mundo, o nosso país surge na terceira pior posição da tabela, apenas seguido da Itália e da Grécia. (in Público, 8 de Outubro de 2003)

Admirados? Eu nem por isso. É pena que assim seja, mas enquanto os portugueses não fizerem uma profunda mudança de mentalidade não vamos a lado nenhum...

quarta-feira, outubro 15, 2003

Acerca da reforma do Ensino Superior...

É tema muito quente neste momento, principalmente por causa da polémica em volta das propinas... Não me quero, para já (talvez para um próximo post), debruçar sobre isso, mas sobre outros pontos... Admito que posso já não estar a par dos últimos desenvolvimentos, mas se tal acontecer os estimados leitores poderão ajudar-me.
Fala(va)-se em generalizar o regime de prescrições e na possibilidade de o valor da propina aumentar para os alunos que chumbarem de ano. Pois eu concordo.
Um curso Superior é (ou devia ser) difícil; por isso aceito que não se façam as cadeiras todas à primeira. No entanto não é assim tão difícil que sejam precisos 8 ou 10 anos, quando ele está projectado para 5. No entanto, não são assim tão raros os exemplos dos “veteranos” que passam uma catrefada de anos na Universidade. Pois não nos podemos esquecer que enquanto eles lá andam estão a gastar recursos do Estado, recursos de nós todos. Por isso, defendo que a partir de certa altura (por exemplo a partir do segundo chumbo) esses alunos comecem a suportar o verdadeiro custo do seu curso. Não se trata de um castigo, mas sim de justiça!

terça-feira, outubro 14, 2003

Somos todos iguais, mas uns são mais iguais que outros...

Escrevo, desta vez, acerca do Pacto de Estabilidade e Crescimento. Muito se tem criticado a ministra Manuela Ferreira Leite acerca da sua insistência em cumprir o Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC), porque na actual situação macroeconómica do país essa política tem levado ao agravar da recessão instalada. Não discordo da opinião da ministra, mas não é essa a razão que me leva a escrever. Escrevo pelo facto de ter observado recentemente que a França e a Alemanha se preparam para fazer tábua rasa do PEC. Ora se o Pacto foi criado e assinado, é porque se acha que o seu conteúdo é importante e deve ser cumprido por todos, não apenas pel “os outros”. Este aspecto demonstra um pouco o que tem sido, na minha opinião, a postura destes países face à União. “Somos nós quem manda aqui!”
Sinceramente fico um pouco desencantado ao ver que, ao fim de tantos anos de Construção Europeia, se depreende pela postura destes dois países se sentem como se estivessem a fazer um favor aos “pobrezinhos”, que não têm mais que fazer que “comer e calar”.
Há algum tempo atrás, quando falávamos da UEM, um professor meu (por acaso bastante entendido na matéria) perguntou-nos qual a razão de os critérios de convergência terem sido concretamente aqueles. Perante a falta de resposta ele respondeu: “Para deixar países como Portugal, Espanha e Grécia de fora!”.
Fica o desabafo...

segunda-feira, outubro 13, 2003

A praxe

Há alguns dias atrás li online num dos jornais portugueses a notícia de que alguns alunos do Instituto Superior Técnico tinham simulado um assalto a um dos balcões da Caixa Geral de Depósitos. E quando a polícia acorreu ao local afirmaram que se tratava de uma praxe. Será que os ditos indivíduos não dispõem de um órgão (que a maioria dos mortais humanos possui, embora possa ser mais ou menos desenvolvido) chamado cérebro? É que não é preciso ter um QI muito grande para perceber que simular um assalto é uma coisa grave, mesmo que seja na praxe.

Nunca me demonstrei contra aquilo que cai no meu conceito da praxe; uma actividade ORGANIZADA, que tem como objectivo fazer a recepção aos caloiros, e promover o contacto interpessoal e a boa disposição. (pelo menos, este é o meu conceito) No entanto, a praxe não é desculpa para fazer asneira; para além disso, a maneira como a praxe é feita hoje em dia deixa muito a desejar.

Para começar, o clima de intimidação que circula em torno da praxe e a ideia que “Se não fizeres tudo o que eu mando lixas-te!” não interessa a ninguém. Não é pelo facto de se ser mais velho que o caloiro que se tem o direito ou algum tipo de razão para o tratar abaixo de cão, como é por vezes o caso.

Depois, a CAMBADA de frustrados (gajos a quem normalmente ninguém liga a ponta de um corno; umas autênticas figurinhas, por mim apelidados de CROMOS) que aproveitam a praxe para terem a sensação de que são importantes, ainda que dure só uma semana. “Eu é que mando aqui!!! Caloiro, de 4, já!!!” Não bastassem estas criaturas inteligentes, parece que hoje é moda armar-se em duro e obrigar os caloiros a tratar-nos como entidades supremas. Tenham a santa paciência!

Em terceiro lugar, a hierarquia. Se bem que acho que, neste espírito académico, é necessária a existência de uma hierarquia, (principalmente para garantir o bom uso da praxe, visto que os mais velhos deveriam ser mais “sábios”) porque é que um caramelo que está há 10 anos a tirar um curso é visto como o “Supra-sumo Académico”? Será que os 10 anos que passou a passear os livros lhe dão mais inteligência que um gajo que foi capaz de fazer o mesmo curso em 5 anos? Não entra bem na minha cabeça como é que no meio académico se dá mais crédito aos que, quando finalmente acabarem o curso, vão ser preteridos em favor daqueles que uns anos mais tarde apelidavam de “bestas”...

Por último, e muito por consequência dos pontos apresentados anteriormente, porque é que na praxe se insiste em fazer coisas completamente idiotas? São uns que assaltam bancos, outros que se despem e simulam orgasmos em público, outros que se rebolam em estrume, ... Não sou contra que se façam “coisas” (actividades, jogos, etc.) que não se fazem todos os dias. No entanto há muitas iniciativas que ajudam o pessoal a desinibir-se, a conhecer outras pessoas, a conhecer a universidade, o ensino público, etc sem que se obrigue as pessoas a fazer figura de estúpido, cometer crimes, etc...

Não sou contra a praxe. Sou contra a maneira como muita gente encara a praxe e contra aquilo que se faz muitas vezes na praxe.

domingo, outubro 12, 2003

Morcela, Feijoada e companhia...

Sexta-feira passada houve jantar em casa do João, que mora do lado de lá do rio. Da ementa constava uma FEIJOADA, à portuguesa, claro... Como tinha recebido recentemente uma divina encomenda de casa, levei comigo umas morcelas para completar o petisco.
Resultado: a feijoada estava uma delícia, e as ditas morcelas desapareceram que foi um instante, ainda que o pessoal já estivesse com a barriga cheia quando elas foram para a mesa. Foi cá um pitéu...

sexta-feira, outubro 10, 2003

O PBL

Mas que raio é isto do PBL? Bem, PBL é o acrónimo de Problem Based Learning. E pergunta o estimado leitor: E o que é isso? Bem, o PBL é o sistema de ensino utilizado pela Universidade de Maastricht. Define-se, basicamente, por uma abordagem mais personalizada do processo de aprendizagem, mais centrada nos problemas com que cada aluno se depara. Assim sendo, tenta-se que as aulas (práticas) tenham um número reduzido de alunos (cerca de 10-15), cuja participação se estimula o máximo. Assim sendo, nas Tutorials (aulas práticas) são os alunos que dirigem a aula, orientam as discussões, apresentam os temas,... O professor (na maioria das vezes, um Tutor), limita-se a certificar-se de que a discussão não sai da direcção que devia tomar, a prestar algum esclarecimento necessário, e claro, a avaliar...
Para ser possível que o sistema dê certo, e porque o funcionamento não se baseia em semestres, mas em bimestres, é preciso que os alunos façam bastante trabalho em casa.
Até aqui, tudo bem... O sistema parece bastante bom na teoria. O problema é passar da teoria para a prática! Os tutores, embora tenham preparação para o serem, são grande parte das vezes alunos, que não têm o nível de “expertise” do docente. Se é óptimo ter professores de renome como regentes das cadeiras, se eles não dão as aulas, perde-se grande parte do seu potencial contributo aos alunos. Por outro lado, ao simplesmente ler a literatura exigida para as aulas não se adquire por vezes o “insight” na matéria que era possível se ela fosse explicada à nossa frente. (Se a cadeira consiste basicamente em ler a literatura e colocar questões na aula, para quê ir de todo à Universidade?) Além disso, o trabalho de casa fica muitas vezes por fazer, o que limita a discussão a meia dúzia de almas que se deram ao trabalho de ler aquela papelada toda.
Não fique o leitor com a impressão de que eu não vejo vantagens neste sistema de aprendizagem, ou que não funciona. É verdade que vejo algumas falhas, mas principalmente na sua aplicação, mas não o posso classificar como MAU, ou PIOR.
É, basicamente uma abordagem diferente, com alguns pontos de vista interessantes.

quinta-feira, outubro 09, 2003

Sem título

Eram 12 nacos de cor vermelha... Vinham envoltos numa película transparente, que eu rasguei prontamente, sem pudor algum...
Deliciava a vista olhá-los na frigideira a tostar, a ganhar aquela corzinha dourada que lhes dá um aspecto irresistível... e o arrozinho de favas fez o acompanhamento ideal...
Depois o prazer de os trincar e sentir o seu gosto no fundo da garganta, entremeado por alguns goles de cerveja…
Que bom que estava aquele SALSICHAME!

(Tenho de admitir que este texto não é meu original. Chamemo-lhe antes uma adaptação... Para ver o original – e recomendo que o leitor o faça – vá a este site, e procure o post Insólito #2, de 15 de Setembro de 2003)

PS- Caso o leitor esteja interessado em ver algum assunto tratado neste blog, faça favor de dizer, deixando a sugestão como Comment, ou enviando-ma por e-mail.

quarta-feira, outubro 08, 2003

Redes Europeias

Aqui onde estou, fico perto de uma imensidade de sítios. Tenho à minha volta a Bélgica, a Alemanha, e o resto da Holanda. Um pouco mais abaixo, toda a França, o Luxemburgo, a Suíça. Mais acima, a Dinamarca, sei lá. Todos estes países têm redes de transportes algo integradas, mas não se percebe a política de preços dos comboios. Há duas semanas atrás quis ir a Colónia, e tinha duas opções, o comboio ou o autocarro, ou então uma combinação dos dois... Para chegar a Colónia tinha de passar por Aachen, de qualquer maneira, e sabia que o autocarro para aí custava 8 Euros (ida e volta) e apanhava-se mesmo juntinho à estação de comboios. Ao perguntar os preços dos comboios fiquei admiradíssimo. O bilhete de comboio para Aachen custava 17 Euros (ida e volta), e para Colónia eram 44 Euros (ida e volta também). Acabei por ir de autocarro até Aachen, e aí comprámos dois bilhetes que davam para 5 pessoas cada, viajarem o que quisessem durante um dia (éramos 7). Assim, gastei 8 Euros no autocarro e outros 8 no bilhete de comboio (se fôssemos 10 ainda era menos). Como é que se justifica que se comprasse logo o bilhete em Maastricht ele custava 44 Euros?
Já sei que daqui para a frente compro só bilhete até mudar de país, e aí compro outro...
Não percebo como é que as “Redes Integradas de Transporte” nas quais se tem investido tanto por essa EU fora, ainda não têm Sistemas Integrados de Venda de Bilhetes.

terça-feira, outubro 07, 2003

O BEI

Estávamos na zona das instituições europeias no Luxemburgo, e para além das restantes instituições importantes lá localizadas, queria também tirar uma fotografia em frente ao BEI, visto ser uma instituição de carácter económico (como era sábado estava tudo fechado, por isso restava-nos a bela da foto). Qual não foi a surpresa quando, ao prepararmo-nos a máquina fotográfica para tirar automaticamente uma fotografia ao grupo, para aparecermos todos, surge um dos seguranças a dizer que não podíamos tirar fotografias...
Teríamos ar de terroristas? (quem quisesse conhecer o layout do edifício não precisava de tirar fotografias na fachada)
O edifício é um muito sensível à luz e por isso danifica-se com um flash?
Estaríamos porventura perante uma raridade arquitectónica, em vias de destruir o monopólio da venda de postais?
Não sei, mas acho uma coisa completamente estúpida, assim como acho uma idiotice que nenhum dos edifícios tenha uma placa à frente a dizer que raio é aquilo. Só se percebe o que é cada edifício vendo no mapa, ou então pelas placas de trânsito...

segunda-feira, outubro 06, 2003

O Inverno...

Não sei se veio para ficar, ou se é um episódio passageiro, e o frio só daqui a uns dias é que vem para ficar. O que é certo é que ainda na quinta e sexta-feira passadas se andava muito bem na rua com uma t-shirt e uma sweat por cima, e este fim de semana quase que congelava.
Sábado, ao ver a meteorologia para domingo apanhei um valente susto. As temperaturas previstas para Bona, onde iría no domingo eram uma máxima de 9 graus, e uma mínima de 1. Hoje esteve de novo um frio de rachar, vento e chuva. Dá-me a impressão que em Lisboa não chega a estar o frio que esteve hoje durante todo o Inverno...
Enquanto isso, via-se gente na rua de t-shirt e um casaquinho reles, enquanto eu, todo encasacado, tiritava de frio...
Realmente, o frio é uma coisa subjectiva, depende daquilo a que estamos habituados!

domingo, outubro 05, 2003

Bodega...

Já sentia saudades da comida Portuguesa (leia-se, a comida da mamã)... É claro que a comida da mamã é uma das coisas de que se sente sempre a falta. Não é que coma mal por aqui, mas a comida da mamã é a comida da mamã! Por isso, quando descobrimos o BODEGA decidimos almoçar lá, ainda que não fosse muito económico comer em restaurantes. Mas era um restaurante português! Quando chegou o caldo verde era olhar e ver os ares de satisfação nas nossas caras. A pratada de frango com batata frita, embora não tipicamente portuguesa, soube muito bem, e encheu completamente o bandulho à malta. No entanto, o “derrete corações” daquele almoço foi a BICA! Servida numa chávena de tamanho apropriado (não sou adepto de beber café numa banheira), só de a cheirar já me vinham as lágrimas aos olhos... Depois encostar a chávena aos lábios, devagarinho, e sentir o café quentinho a descer pela garganta abaixo, e esboçar um sorriso que não se pode esconder...
Mas que bem que soube...

sexta-feira, outubro 03, 2003

NOVA Power...

Não deixa de ser curioso vir para outro país, estar a mais de 2500 Km de casa, e encontrar cá, para além do Gonçalo e do Miguel, que já conhecia e sabia que vinham para cá, a Ana, outra leiriense que eu já conhecia das minhas/suas andanças pelo agrupamento 127, e 6 outros Tugas da NOVA, que eu não conhecia. Alguns deles nunca sequer tinha visto (ou pelo menos não me lembrava das caras deles). É curioso não é?

Como tudo começou....

Tudo começou quando o Daniel me mostrou o seu blog. Fiquei adepto da ideia logo à partida... Não só porque me agradou o conceito em si, mas também porque gostei muito do blog dele. Está muito bem escrito, e recomendo a visita. Depois, veio o entusiasmo de outros meus colegas Tugas, que se foram contagiando e me contagiando a mim. É o caso do Gonçalo, do Luís e do Miguel, que criaram também os seus blogs. Assim sendo, não pude resistir, e criei as Palavras sem Sentido, porque por vezes dizemos/escrevemos coisas que depois nos apercebemos que até nem fazem muito sentido, mas na altura sentíamos que tínhamos de as dizer/escrever. Nunca vos aconteceu?